23 setembro 2006

O futuro é desmatar e plantar PINUS!


Peço licença ao leitor para me estender sobre o assunto de ontem. Andei relendo meu texto, antes de dormir, e achei que talvez eu pudesse ser mais claro ainda quanto aos pontos principais pelos quais venho chamando a atenção em todas as viagens. E vou contar porquê.
Aqui no sudeste, especialmente de Búzios, no norte do Rio, e até Cananéia, na divisa de São Paulo com o Paraná, não há quase praia que não tenha paga um alto preço pela sua ocupação. Como resultado, elas tiveram em troca o comprometimento, muitas vezes definitivo, de sua beleza original. E tudo isto aconteceu muito rápido. E continua a ser assim, só que agora o foco é o nordeste.
Há cem anos atrás esta parte do litoral tinha a mesma aparência dos tempos de Cabral, ainda que muito de sua biodiversidade já tivesse ido pra Glória. Mas nos últimos 60 anos as alterações foram tão severas, e com tamanha intensidade, que a paisagem nunca mais será a mesma. A ocupação na maioria dos casos banalizou e enfeou o que a Natureza fez único e espetacular. A biodiversidade continua diminuindo, talvez em ritmo mais acelerado. E a pobreza, com raras exceções, se eternizando.
É muito rápido para algo que vai ficar para sempre. Durante pouco mais de quatro séculos de ocupação as marcas visíveis foram poucas. Nos últimos 60 anos não deixaram apenas marcas, mas enormes cicatrizes que jamais sairão.
Foi por conhecer este litoral em meados dos anos 60, e início dos 70, ainda semi- ocupado, espetacular, e vê-lo hoje, parcialmente detonado, sem grande parte de sua beleza, é que resolvi fazer a série de Tv.
Com as informações que temos não podemos permitir que o erro persista. Nem que for para cometer outros, ao menos teremos tentado. E não adiantar culpar só as autoridades ou o Estado. Parte da população tem sido cúmplice, ou co-autora, no mau trato. E este roteiro pode mudar. Basta querer, e saber como.

17 setembro 2006

ESPERANÇA


Coincidência, só pra que não têm fé.
Fico rindo a toa quando os fatos se encaixam, é só deixar a vida levar. Tudo de bom a todos. Divirtam-se pois a vida é muito boa.

10 setembro 2006

Tapando o sol com a peneira


Oi pessoal. Porque as ONG são tão importantes. Para cobrir as falhas dos governos envolvidos em corrupção, eficiência administrativa, politicas gananciosas e outros. E vcs estão engajados?
Dica: http://www.msf.org.br/mhome.asp

02 setembro 2006

Simplesmente prazer




Conheça o Projeto

A geopolítica dos oceanos, o sexto continente.*
O exame atento do mapa-mundi confirma a importância do espaço marítimo que corresponde a 71% da superfície do planeta. O Pacífico ocupa 50 % desta área, o Atlântico 23% , e o Índico 20% .
Dos mais de 180 países que são membros da ONU, pouco mais de trinta não têm saída para o mar, e lutam por isto.
É o caso da Bolívia, que na guerra com o Chile, em 1883, perdeu seu porto de Antofagasta, e até hoje o reivindica naquele fórum. Ou o do Iraque, cujo objetivo estratégico nas guerras com o Irã e Koweit era o acesso ao Golfo Pérsico.
Ambos os países sabem que suas economias dependem fortemente dos oceanos, seja por que TRES QUARTOS DO COMÉRCIO MUNDIAL DEPENDEM DO TRANSPORTE MARÍTIMO, seja para garantir o acesso a seus recursos. E não são poucos.
Trinta por cento de todo o petróleo consumido no mundo vem da exploração marítima, vinte por cento do gás, e cinquenta por cento do estanho, para não citar a pesca, ou as reservas marítimas de níquel e cobalto, ainda não exploradas, mas estimadas em dez vezes maiores que as terrestres.
Mas apesar de toda a riqueza oceânica, é na costa que o problema é mais sensível. O local de encontro da terra com o mar é uma zona extremamente vulnerável, produtiva e em constante evolução. Ela é responsável por metade da produção biológica global, e fornece 90% dos recursos marinhos exploráveis.
* ( dados extraídos do livro Le Sixième Continent- Géopolitique des Océans, de Pierre Papon. Editions Odile Jacob )
Projeto MAR SEM FIM
Objetivo :
Percorrer a costa brasileira a bordo de um veleiro, produzindo programas para TV, boletins para o Rádio, e reportagens para um Site.
Período :
De 12 até 15 meses.
Justificativa :
Pela primeira vez nosso litoral será visto na perspectiva do mar para a terra, e não o contrário.
Esta aproximação permite que o espectador tome contato com uma realidade nem sempre enfocada na TV, já que nossas ilhas quase nunca são filmadas, e além disto praias, enseadas e baías são normalmente vistas pela ótica de quem está no continente, em tomadas onde esparsas áreas verdes convivem com prédios, avenidas e imensos complexos turísticos.
De barco é possível chegar aos pontos mais remotos do litoral, justamente aqueles cujo acesso por terra é inviável : os mais preservados em suas características originais de geografia, flora e fauna.
Como seria a orla brasileira no tempo das descobertas ?
Esta sendo exibido na TV Cultura as 18:30 hs aos Domingos, reprise na terça as 8:00hs.