28 dezembro 2009

Como eu sei que a China destruiu o acordo de Copenhaguem? Eu estava na sala


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2854Uma mulher escuta o discurso de Barack Obama na conferência de mudanças climáticas Copenhaguem em 18 de Dezembro. Photograph: Axel Schmidt/AFP/Getty Images
Enquanto no pós-Copenhaguem as recriminações espirram para todo lado, um escritor oferece um relato de mosca-na-parede de como as negociações falharam

Mark Lynas

Copenhaguem foi um desastre. Nisso todos estão de acordo. Mas a verdade sobre o que realmente aconteceu está sob o risco de ser perdida no meio da confusão e das inevitáveis recriminações mútuas. A verdade é esta: a China destruiu as conversações, humilhando intencionalmente Barack Obama, e insistiu numa "barganha" horrorosa, de modo que os líderes ocidentais partissem carregando a culpa. Como eu sei disso? Porque eu estava na sala e vi o que aconteceu.

A estratégia da China era simples: bloquear as negociações por duas semanas e, em seguida, garantir que o negócio a portas fechadas fizesse parecer como se o Ocidente tivesse falhado aos pobres do mundo mais uma vez. E com certeza, as agências de desenvolvimento, os movimentos da sociedade civil e os grupos ambientalistas todos morderam a isca. O fracasso foi "o resultado inevitável de países ricos recusarem-se a honrar de forma adequada e justa sua imensa responsabilidade", disse a Christian Aid. "Os países ricos têm intimidado os países em desenvolvimento", irritou-se os Amigos da Terra Internacional.

Tudo muito previsível, mas o contrário da verdade. Mesmo George Monbiot, escrevendo no Guardian de ontem, cometeu o erro de culpar Obama individualmente. Mas eu vi Obama lutar desesperadamente para salvar um acordo, e o delegado chinês dizendo "não", de novo e de novo. Monbiot chegou mesmo a citar com aprovação o delegado sudanês Lumumba Di-Aping, que denunciou o acordo de Copenhague como "um pacto de suicídio, um pacto de incineração, a fim de manter o domínio economico de alguns países".

O Sudão se comportou nas negociações como um fantoche da China, um de uma série de países que aliviou a delegação chinesa de ter de lutar suas batalhas em sessões abertas. Foi uma costura perfeita. A China esquartejou o acordo nos bastidores, e então deixou seus representantes para esvicera-lo em público.

Agora conto o que realmente aconteceu tarde da noite na ultima sexta-feira, quando chefes de estado de duas dezenas de países se reuniram a portas fechadas. Obama estava na mesa por várias horas, sentado entre Gordon Brown e o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi. O primeiro-ministro dinamarquês presidiu, e à sua direita sentava Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU. Apenas 50 ou 60 pessoas estavam na sala provavelmente, incluindo os chefes de Estado. Eu estava ligado a uma das delegações, cujo chefe de Estado também esteve presente na maior parte do tempo.

O que vi foi profundamente chocante. O premier chinês, Wen Jinbao, não se dignou a participar nas reuniões pessoalmente, ao invés enviou um oficial de segundo escalao do seu Ministério das Relações Exteriores para se sentar na frente do proprio Obama. O desprezo diplomático era óbvio e brutal, como era sua implicação prática: várias vezes durante a sessão, os mais poderosos chefes de estado do mundo foram obrigados a esperar enquanto o delegado chinês saia para fazer chamadas de telefone aos seus "superiores".

Transferindo a culpa

Para aqueles que culpam Obama e os países ricos em geral, saibam disto: foi o representante da China que insistiu que as metas dos países industrializados, previamente acordada, uma redução de 80% até 2050, fosse removida do acordo. "Por que não podemos sequer mencionar os nossos próprios objetivos?" exigiu uma furiosa Angela Merkel. O Primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, estava irritado o suficiente para bater no seu microfone. O representante do Brasil também apontou a incoerência da posição da China. Por que países ricos não deveriam ainda anunciar este corte unilateral? O delegado chinês disse que não, e eu assisti, horrorizado, como Merkel levantou as mãos em desespero e jogou a toalha. Agora sabemos o porque - porque a China apostou, corretamente, que Obama levaria a culpa pela falta de ambicao no acordo de Copenhaguem.

A China em seguida, apoiada por vezes pela Índia, começou a remover todos os números que importavam. Um ano pico das emissões globais definido como 2020, meta essencial para conter a temperatura a 2C, foi removido e substituído por linguagem frouxa, sugerindo que o pico das emissões deveriam ocorrer "tao rapido quanto possível". A meta de longo prazo, de corte global de 50% em 2050, também foi extirpada. Ninguém mais, talvez com exceção da Índia e da Arábia Saudita, queria que isso acontecesse. Estou certo de que se os chineses não tivessem estado na sala, teríamos deixado Copenhaguem com um acordo que teria feito ambientalistas espoucar rolhas de champanhe em cada canto do mundo.

Posição forte


Então como é que a China conseguiu aplicar este golpe?


Primeiro, ela estava em uma posição extremamente forte de negociação. A China não precisava de um acordo. Como disse-me um ministro das Relacoes Estrangeiras de um país em desenvolvimento: "Os atenienses não tinham nada a oferecer para os espartanos. Por outro lado, os líderes ocidentais, em particular - mas também os presidentes Lula, do Brasil, Zuma, da África do Sul, Calderón, do México e muitos outros - estavam desesperados por um resultado positivo. Obama precisava de um acordo muito forte, talvez mais do que ninguém. Os USA confirmaram a oferta de US $ 100 bilhões aos países em desenvolvimento para a adaptação, e colocaram por primeira vez cortes serios na mesa (17% abaixo dos níveis de 2005 até 2020), e estavam, obviamente, preparados para aumentar sua oferta.

Acima de tudo, Obama precisava ser capaz de demonstrar ao Senado que ele poderia controlar a China em qualquer quadro de regulação do clima global, de forma que os senadores conservadores não pudessem argumentar que as reduções de carbono dos USA iria resultar em ainda maior vantagem para a indústria chinesa. Com as eleições de meio termo se aproximando, Obama e sua equipe também sabiam que Copenhaguem seria provavelmente a única oportunidade de atender as negociações sobre as alterações climáticas com um mandato forte. Isso reforçou o poder de bardganha a China, assim como a completa falta de pressão política da sociedade civil tanto na China quanto na Índia. Grupos ativistas nunca culpam os países em desenvolvimento por fracassos; esta é uma regra de ferro, que nunca é quebrada. Os Indianos, em particular, tornaram-se mestres no passado em cooptar a língua da eqüidade ( "a igualdade de direitos pela atmosfera") no serviço do suicídio planetario - e nisso os militantes e articulistas de esquerda são feridos com seus próprios petardos.

Com o acordo esquartejado, a sessão dos chefes de estado concluiu com uma batalha final, com o delegado chinês insistindo em retirar o alvo 1.5C algo tão querido pelos pequenos Estados insulares e baixas nações que mais têm a perder com a elevação dos mares. O presidente Nasheed das Maldivas, apoiado por Brown, lutou bravamente para salvar esse número crucial. "Como você pode pedir ao meu país para se extinguir?" exigiu Nasheed. O delegado chinês fingiu grande ofensa - mas o número ficou, entretanto cercado de linguagem que fala tudo, menos lhe da sentido. O ato foi consumado.

O Jogo da China

Tudo isto levanta a questão: qual é o jogo da China? Por que a China, nas palavras de um analista sediado no Reino Unido, que também passou horas em reuniões de chefes de Estado, "não só rejeita metas para si, mas também se recusa a permitir que qualquer outro país assuma metas obrigatórias?" O analista, que participa das conferências de clima ha mais de 15 anos, conclui que a China quer enfraquecer o regime de regulação do clima agora", a fim de evitar o risco de vir a ser chamada a ser mais ambiciosa dentro de alguns anos".

Isso não significa que a China não seja séria sobre o aquecimento global. Ela é forte tanto nas indústrias de energia eólica quanto solar. Mas o crescimento da China, e sua crescente dominação política e econômica mundial, baseia-se em grande medida no carvão barato. A China sabe que está se tornando uma superpotência inconteste, na verdade a sua recem descoberta confiança muscular estava em impressionante exibição em Copenhague. Sua economia baseada no carvão dobra a cada década, e aumenta seu poder de forma proporcional. Sua liderança não irá alterar essa fórmula mágica, a menos que seja absolutamente necessário.

Copenhague foi muito pior do que apenas outro mau negócio, porque ilustra uma profunda mudança na geopolítica global. Esse está se tornando rapidamente o século da China, entretanto sua liderança demonstrou que a governança ambiental multilateral não só não é uma prioridade, mas é vista como um empecilho para a liberdade de ação da nova superpotência. Deixei Copenhague mais desamparado do que me sentia em muito tempo. Depois de toda a esperança e toda a agitacao, a mobilização de milhares de pessoas, uma onda de otimismo espatifou-se contra a rocha do poder na política mundial, caiu para trás, e esvaziou-se.

23 dezembro 2009

Cidadania e escada de pexe,

A Terra é assim um dia ta quente, um dia vai esfriar. O quanto? O ser humano vai sobreviver?
Eis a questão, quem pode dar a opinião...
BOAS FESTAS....



Rodolfo Salm defende que, apesar de disputas sobre os detalhes, o aquecimento global é inquestionável

Hidrelétrica de Belo Monte, Convenção do Clima em Copenhague, política e meio ambiente. Estes foram os temas da entrevista que a IHU On-Line realizou, por e-mail, com o professor da Universidade Federal do Pará, Rodolfo Salm. Ele acredita que “o efeito mais devastador destas grandes barragens projetadas para a Amazônia é que elas estão desencadeando uma fortíssima onda de imigração humana para esta região, movida pelas falsas promessas de desenvolvimento, das dezenas de milhares de empregos temporários criados, e do aprimoramento da infraestrutura”. Salm fala sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte e considera que são infinitas as mentiras envolvidas na obra. “É mentira que o país precisa desta energia para evitar apagões e mover ventiladores pelo país”. E continua: “Também é mentira que a energia das hidrelétricas é limpa, porque, além dos desmatamentos, o próprio lago podre gera uma quantidade imensa de gases ultrapoderosos sob o ponto de vista do aquecimento global, causando um efeito comparável ou até pior do que termelétricas de potência equivalente”.

Ao relacionar Belo Monte com a ditadura militar, Rodolfo Salm argumenta que “a democracia chegou às grandes cidades onde se fala e se escreve o que quiser sem problemas. Mas nós do Xingu ainda vivemos o período totalitário, já que quando se resolve transformar completamente toda esta região com a construção dessa hidrelétrica, são realizadas audiências públicas por aqui, como manda a constituição, mas elas são totalmente ignoradas. Independente de tudo o que falamos, estão tentando empurrar esta obra maldita garganta abaixo, contrariando a promessa feita pelo presidente Lula aos movimentos sociais”.

Rodolfo Salm é PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, Inglaterra, e formou-se em Biologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor da Universidade Federal do Pará, onde desenvolve o projeto Ecologia e Aproveitamento Econômico de Palmeiras. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas, atuando principalmente no estudo da dinâmica natural e da conservação das florestas tropicais.

Confira a entrevista.


Quais os efeitos mais devastadores das barragens dos rios amazônicos, tanto do ponto de vista ambiental quanto para as populações ribeirinhas e os povos indígenas?

Rodolfo Salm - Os efeitos são os mais diversos. Mas sob o ponto de vista global, da humanidade como um todo, acredito que o efeito mais devastador destas grandes barragens projetadas para a Amazônia é que elas estão desencadeando uma fortíssima onda de imigração humana para esta região, movida pelas falsas promessas de desenvolvimento, das dezenas de milhares de empregos temporários criados, e do aprimoramento da infraestrutura. Esta onda migratória, que também vai sendo abandonada pela indústria também migratória de construção de grandes hidrelétricas, uma vez desamparada, inevitavelmente recorrerá à espoliação da mata. Como os colonizadores sempre fizeram por aqui. O que terminará por reduzir a última grande floresta tropical do planeta em um punhado de fragmentos de florestas degradadas. É claro que há uma série de outros efeitos, que são mais rapidamente sentidos pelos que moram na região das barragens como contaminação da água, o extermínio de comunidades de peixes, o aumento da criminalidade e vários outros problemas sociais. Num dos vários encontros que tivemos este ano com os atingidos por barragens, conheci um pai que viu seu filho morrer em poucas horas junto com outras várias crianças das proximidades do lago de Tucuruí, devido a uma peste que se alastrou na época da formação do lago, transmitida por mosquitos – o que fez com que ele se engajasse na luta contra as barragens. Então, sob o seu ponto de vista, o mais devastador foi a multiplicação de pragas e doenças que inevitavelmente aparecem aos montes com a degradação ambiental generalizada. Sob o ponto de vista da biodiversidade global, no caso de Belo Monte, seria a extinção na natureza do acari-zebra, uma belíssima espécie de peixe ornamental, listrada de branco e preto como o seu nome sugere, encontrada apenas nas corredeiras da Volta Grande do Xingu, e em nenhum outro lugar do mundo, e que seriam totalmente destruídas no caso da construção da barragem. Seja por ficarem permanentemente inundadas ou sempre secas, dependendo de sua posição em relação ao barramento principal do rio. Então esta questão de quais os efeitos mais devastadores, depende totalmente do ponto de vista considerado.

Quais as principais “mentiras” que envolvem a construção da hidrelétrica de Belo Monte?

Rodolfo Salm - São infinitas mentiras. Claro, como acontece com qualquer estória mentirosa em que uma puxa a outra. É mentira que o país precisa desta energia para evitar apagões e mover ventiladores pelo país. Apesar do povo brasileiro como um todo assumir o risco e pagar a conta da construção da barragem através do comportamento insano do BNDES, a energia gerada ficará no estado do Pará, para o uso da indústria mineradora exportadora, que avança por todo o território amazônico, que emprega pouco e destrói muito, extraindo materiais que serão convertidos em bugigangas e lixo em várias partes do mundo. Esta pilhagem é perfeitamente análoga àquela já feita em tempos históricos, com o pau-brasil, o ouro, as peles de animais etc. Então é mentira chamar isso de “desenvolvimento”. Hoje, na Amazônia, vivemos mais do que nunca a velha economia colonial baseada na exploração da mão-de-obra (semi) escrava (quando não escrava de fato), o latifúndio e a monocultura, seja de carne bovina, madeira roubada da floresta primária ou de energia elétrica, apontada como a única opção para o desenvolvimento de Altamira. Também é mentira que a energia das hidrelétricas é limpa, porque, além dos desmatamentos, o próprio lago podre gera uma quantidade imensa de gases ultrapoderosos sob o ponto de vista do aquecimento global, causando um efeito comparável ou até pior do que termelétricas de potência equivalente.

Que relação pode ser estabelecida entre o projeto de Belo Monte e a ditadura militar no Brasil? Qual a importância política de lutar contra Belo Monte?

Rodolfo Salm - Como bem disse o professor Oswaldo Sevá , Belo Monte é um projeto da ditadura militar, que ainda não acabou. É “a maior de todas as roubalheiras do grupo chefiado pelo último presidente eleito pelo Colégio Eleitoral”. Algumas das grandes empreiteiras que, através de todo tipo de propinas e ilegalidades pretendem hoje viabilizar a construção desta barragem, são as mesmas que ajudaram a financiar a repressão policial militar no Brasil nos anos da ditadura. É o grupo de José Sarney, com seus tentáculos dentro do governo como o Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, e que também banca a campanha da Dilma Rousseff. É como se o fim da ditadura não tivesse acontecido de fato em todo o país. A democracia chegou às grandes cidades onde se fala e se escreve o que quiser sem problemas. Mas nós do Xingu ainda vivemos o período totalitário, já que quando se resolve transformar completamente toda esta região com a construção dessa hidrelétrica, são realizadas audiências públicas por aqui, como manda a constituição, mas elas são totalmente ignoradas. Independente de tudo o que falamos, estão tentando empurrar esta obra maldita garganta abaixo, contrariando a promessa feita pelo presidente Lula aos movimentos sociais. Exatamente da mesma forma como provavelmente aconteceu com a hidrelétrica de Três Gargantas, no Rio Yangtzé, na China, onde a falta de democracia é tão criticada por aqui.

Como o senhor avalia a postura do governo federal e do ministro Carlos Minc na condução das demandas ambientais de forma geral em nosso país?

Rodolfo Salm - Desde o começo do primeiro mandato de Lula, o seu governo foi uma decepção sob o ponto de vista do meio ambiente. Não que tenha sido pior que o governo anterior, do PSDB, que também foi um desastre completo. Mas, em 2003, tínhamos alguma esperança de mudança, no meu caso, baseada no projeto de programa de governo para a área ambiental criado pela equipe da então senadora Marina Silva. Diziam que seria feito um mutirão de reflorestamento da Amazônia, transformando o arco-do-desmatamento em um “arco-do-reflorestamento”. A ideia é fantástica. Além de simples, viável, geraria riquezas e milhões de empregos. Mas nunca mais ouvi falar disso depois da posse. E a Marina se perdeu em uma série de questões menores como a infrutífera batalha contra os transgênicos. A questão dos desmatamentos, caindo nas mãos dos tecnocratas de sempre, que acreditam que a única salvação para a floresta tropical é fazer com que ela se pague economicamente. E isso não é possível. Acho o Minc uma figura desprezível. Um fantoche, colocado na posição de ministro com a tarefa pré-determinada de conceder o licenciamento de Belo Monte. A conclusão é inevitável diante da sua atitude covarde de sequer dar as caras nos debates em que estamos tentando fazer sobre esta barragem de proporções catastróficas. Já está pré-determinado que ele concederá a licença de Belo Monte. Tudo o mais que ele faz é bobagem, ou café-pequeno, ele se envolve na defesa de causas polêmicas para tirá-lo do foco principal, que é a concessão da licença. Então não vale a pena esperar nada dele ou considerar o que fala.

Qual a importância da realização da Conferência do Clima em Copenhague? Qual a novidade que essa edição do evento traz em relação às anteriores? Como avalia as discussões até o momento?

Rodolfo Salm
- Em princípio, eu diria que nenhuma. Porque não adianta se deter aos detalhes da participação do Brasil ou de qualquer um dos outros países em encontros sobre o clima enquanto não se reconhecer que este sistema de produção e consumo em que vivemos e louvamos como se fosse algo fundamental para a vida, na verdade é impraticável sob o ponto de vista da sobrevivência da nossa espécie. E não há qualquer sinal, por exemplo, de que algum dos participantes destas convenções falaria contra a construção de grandes barragens na Amazônia devido a sua grande contribuição potencial para o efeito estufa - convenientemente convencidos que estão de que esta seria uma “energia limpa”. Então, sinceramente não presto muita atenção a encontros como este. Mesmo porque esta meta de manter o aquecimento global em “apenas” 2 graus Celsius durante este século me parece ridícula. Isso provavelmente seria suficiente para devastar o que restar de vegetação aqui na da nossa região do Xingu. Por outro lado, vale a pena comentar o roubo de e-mails da Unidade de Pesquisas Climáticas da Universidade de East Anglia, e a divulgação de fragmentos destas mensagens roubadas em contextos distorcidos, por céticos quanto à importância da contribuição humana para o efeito estufa, para sugerir que o aquecimento global é uma fraude científica – que chegaram a ser amplamente divulgados no Brasil. O ato de recorrer a roubo e fraude a poucos dias da Conferência do Clima na tentativa de desmoralizar a ideia do aquecimento global parece uma atitude desesperada, de quem está preocupado com os seus resultados. Então pode ser que realmente seja relevante. Aliás, quanto à suposta fraude nos dados climáticos, que ninguém se iluda com isso. São várias as linhas de pesquisa, totalmente independentes, que apontam para o impacto das nossas atividades sobre o clima do planeta. Apesar de disputas sobre os detalhes, o aquecimento global é inquestionável.

Quais suas expectativas em relação à candidatura de Marina Silva à presidência do Brasil nas eleições de 2010?


Rodolfo Salm - Nenhuma. No princípio, achei interessante quando ela se desligou do PT declarando a incompatibilidade das suas ideias com a postura do partido diante da questão ambiental, e saiu candidata a presidente. Mas logo me decepcionei com as suas declarações ambíguas quanto à construção das hidrelétricas na Amazônia. Como escrevi recentemente, é revoltante que Marina Silva siga defendendo estas grandes obras “desde que prevejam programa de desenvolvimento sustentável”, se os programas de desenvolvimento sustentável que ela tentou implementar, todos fracassaram. Com esta postura entreguista, pode-se dizer que ela traiu os índios e ribeirinhos que supostamente representaria. Algumas pessoas ligadas a ela me escreveram chamando atenção ao fato de que Marina defendeu as hidrelétricas exatamente da forma como suas palavras foram divulgadas pela jornalista do site Amazônia. É verdade. Mas quando perguntada sobre Belo Monte, ela gaguejou, tropeçou e se manifestou de forma tão ambígua e titubeante que seria até difícil transcrever precisamente o que ela disse. De toda forma, o erro não está nas palavras específicas ditas ou não por ela, mas na atitude de não condenar abertamente este projeto criminoso. Talvez não pudesse ser diferente, todo o seu discurso de desenvolvimento sustentável é furado e para concorrer à presidência, ela teve que se filiar ao Partido Verde, do filho de José Sarney, que, como já dito, é responsável pela articulação política para viabilizar a barragem.

15 dezembro 2009

Mentira tem perna curta

Reduzir CO2 não reduz aquecimento global, diz meteorologista da Ufal

Para o professor Luiz Carlos Molion, representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial e pós-doutor em meteorologia, as reduções de emissões de carbono propostas pela 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), não vão produzir efeito no clima mundial. "O gás carbônico não controla o clima global", garante.

Site Tudo na Hora

Para o professor Luiz Carlos Molion, representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial e pós-doutor em meteorologia, as reduções de emissões de carbono propostas pela 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), não vão produzir efeito no clima mundial. "O gás carbônico não controla o clima global", garante.

- A quantidade de carbono lançada pelo homem é ínfima, é irrisória, se comparada com os fluxos naturais dos oceanos, solo e vegetação. Para a atmosfera, saem 200 bilhões de toneladas de carbono por ano. O homem só lança seis.

"De todas as pessoas que estão aqui no Brasil, talvez eu seja o climatologista mais sênior". Molion estuda o clima desde 1970 e conta que, quando concluiu seu doutorado, há 35 anos, nos Estados Unidos, o "consenso" da época era que o mundo estava em uma Era Glacial. Hoje, ele também leciona na Universidade Federal de Alagoas.

Na sua avaliação Copenhague "é um discurso que não vai adiante", pois, à medida em que a população aumenta, há a necessidade de gerar mais energia elétrica.

- Como incluir essas pessoas sem aumentar o consumo? Não existe como. Somos ainda muito dependentes dos combustíveis fósseis. Acho que vai ter muito discurso em Copenhague, vão fazer muitas promessas, mas são só demagógicas. Não tem como cumprir essas metas. Se você olhar o protocolo de Kyoto, a Europa não reduziu absolutamente nada, ao contrário. Conversa é conversa, na prática não há como fazer isso.

O pós-doutor em meteorologia e membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim garante, baseado em estudos de paleoclimatologia (estudo das variações climáticas), que as mudanças do clima são muito complexas para serem influenciáveis pelo ser humano.

Leia os principais trechos da entrevista:

Qual a opinião do senhor sobre as movimentações em torno da Conferência do Clima?
Essas reduções de emissões de carbono não vão produzir efeito nenhum no clima. O gás carbônico não controla o clima global. Isto já foi demonstrado com pesquisas feitas no que nós chamamos de paleoclimatologia, em que se tenta reconstruir o clima passado, com base nos cilindros de gelo da estação de Vostok, na Antártica. O cilindro de gelo retirado de lá, que reconstitui os últimos 4.020 anos, mostra claramente que já houve períodos em que tivemos temperaturas altas e baixa presença de CO2 na atmosfera.
Ocorreu forte aquecimento entre 1925 e 1946, e nessa época, o homem lançava na atmosfera menos de 10% do carbono do que lança hoje. Então, aquele aquecimento, que é ainda maior do que esse atual, na realidade foi explicado por fenômenos naturais. O sol esteve mais 'ativo' nessa primeira metade do século XX. Além disso, foi um período que praticamente não ocorreram erupções vulcânicas. Assim, a atmosfera ficou mais limpa e entrou mais radiação solar, causando o aquecimento. Todos os recordes de temperatura nos Estados Unidos, que têm uma série de dados bastante longa, ainda são daquela década de 1930.

Como essas temperaturas são medidas?

Termômetros na superfície. O problema é que eles estão sujeitos aos fenômenos de ilha de calor, muito comuns nas cidades. E a maior parte desses termômetros está em cidades que sofrem esses efeitos da urbanização.

Como seria mais seguro medir as temperaturas mundiais?

Tem um sistema a bordo de satélites que leva a sigla MSU, um sensor de microondas que existe desde 1968. Ele indica que, nesses 30 anos passados, não há um aumento significativo de temperatura. Houve um aquecimento entre 77 e 99, que coincide como aquecimento do Oceano Pacífico Tropical. Os oceanos são grandes controladores do clima, em particular o Pacífico, porque ele sozinho ocupa 35% da superfície terrestre. Então, quando ele se aquece, o clima também fica mais quente: A atmosfera, o ar, é aquecido por baixo, as temperaturas mais elevadas estão próximas da superfície. Desde 1999, o Oceano Pacífico esfria. Hoje, não só monitoramos os oceanos, mas existem mais de 3.200 boias à deriva e mergulhadoras. Elas mergulham até 2.000 metros de profundidade, se deslocam com a corrente marinha e nove dias depois elas sobem, e passam os dados para o satélite. Esse sistema mostra que os oceanos, de maneira geral, estão esfriando nos últimos seis, sete anos. E, nos últimos 10 anos, a concentração de CO2 continua subindo.

Mas há uma sensação de que existem muitas mudanças climáticas ocorrendo no mundo...
Não. O que acontece é que hoje, a população está mais vulnerável aos fenômenos meteorológicos. Na realidade, os fenômenos intensos sempre ocorreram no passado. Por exemplo, a maior seca do nordeste foi em 1877 até 1879. O furacão americano mais mortífero foi no Texas em 1900. Então, temos esses eventos intensos que ocorreram numa época em que o homem não lançava a quantidade que lança hoje. Aliás, a quantidade de carbono lançada pelo homem é ínfima, é irrisória, se comparada com os fluxos naturais dos oceanos, solo e vegetação. Para atmosfera, saem 200 bilhões de toneladas de carbono por ano. O homem só lança seis. Qual a incerteza que nós temos nesses ciclos naturais? É de 40 bilhões de toneladas para cima e para baixo. Ou seja, existe uma incerteza de 80 bilhões que é oito vezes maior que o que o homem lança na atmosfera. Não tem como se controlar o carbono. E se controlar, se reduzir as emissões, não haverá impacto nenhum no clima. O clima hoje deixou de ser um problema científico, ele é um problema político-econômico.

Como assim?

Hoje a matriz energética mundial, com exceção do Brasil, que é um país privilegiado, está baseada nos combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral, principalmente). Quando se diz, 'vamos reduzir as emissões', o que se quer dizer é: 'Vamos reduzir a geração de energia elétrica'. Os países não crescem. Tudo está baseado na energia elétrica. Isso vai afetar um desenvolvimento social e econômico dos países.

Mas, de acordo com esse raciocínio, os EUA seriam os maiores interessados em um acordo climático e, no momento, eles parecem ser o maior empecilho...

Os Estados Unidos adorariam que a China reduzisse as suas emissões. Os EUA estão "pendurados", a China tem cerca de 700 bilhões de dólares em papéis do tesouro americano. A ida de Obama à China, no mês passado, visou a redução de emissões da potência oriental.

Mas a redução seria mundial, a China não seria a única a reduzir, os EUA também reduziriam...
Uma coisa é você já estar com a sua população em condições humanas adequadas, como é o caso da Europa, dos EUA, do Canadá. Outros países, como é o caso do Brasil, e todos os países latinos e africanos, ainda não têm. Então, precisaria desenvolver, não consumindo como se consome nos EUA, mas com condições adequadas para viver, saúde, educação... Para os países subdesenvolvidos e emergentes, excetuando-se o Brasil, reduzir significa gerar menos energia elétrica. Em muitos países só tem carvão mineral e petróleo para gerar energia. Eu não quero dizer com isso, que nós devemos sair por aí depredando o meio ambiente, tem que haver mudanças de hábito de consumos, mas as emissões de carbono não são o caminho correto.

O senhor levanta questões sobre o clima que parecem, nos jornais e nas reuniões políticas, serem consensos. Quem fabricou esse consenso?

Não existem consensos na ciência, ciência não é política, é experimentação. A ciência progride pelos contras que vão surgindo. Se você tem uma teoria e mostra que ela vale, e se surge um único experimento que diz o contrário, então você tem que repensar toda a teoria. Consensos são políticos, cientificamente eles não existem, cientificamente existem experimentações.

Então porque a impressão do consenso?

Existe uma trama por detrás disso tudo. Países como os do G7. Eles já não dispõem de recursos naturais, recursos energéticos. Por outro lado, eles não querem perder a hegemonia.

Os pesquisadores que vão de encontro a esse "consenso" sofrem algum tipo de represália?
Sim, mas isso é normal. A gente é perseguido, taxado como um indivíduo desatualizado e tem mais dificuldade de conseguir verba para pesquisa. Mas, de todas as pessoas que estão aqui no Brasil, talvez eu seja o climatologista mais sênior. Estudo clima há setenta anos e conclui meu doutorado há 35 anos, nos Estados Unidos. No período que eu fazia meu doutorado, o clima estava tão frio que o "consenso" da época era que nós estávamos entrando numa Era Glacial. O clima é muito complexo e jamais poderia ser dominado pelo CO2. Ao contrário, o CO2 é resultante do aumento da temperatura, quando a temperatura aumenta os oceanos liberam mais CO2.

Mas a vantagem dessa discussão toda em torno das mudanças climáticas é colocar o meio-ambiente em pauta.

É, mas não da maneira correta. Quando você olha para os livros didáticos das crianças, diz lá que o homem está destruindo a camada de ozônio, que a Terra está se aquecendo, que o nível do mar vai subir... Isso está errado! O que nós estamos fazendo? Educação ou lavagem cerebral? Na minha opinião, olhando todos os indicadores climáticos, nós vamos ter um resfriamento climático nos próximos vinte anos. O que vai acontecer com essa criançada quando eles perceberem que, ao invés de aquecer, está esfriando, e que esse esfriamento é muito pior para a humanidade?

Os países parecem dispostos a fazer acordos de redução em Copenhague...
É um discurso que não vai adiante. À medida em que a população aumenta, há a necessidade de mais energia elétrica, se a gente quiser incluir esse pessoal em uma sociedade que viva adequadamente. Como incluir essas pessoas sem aumentar o consumo? Não existe como. Somos ainda muito dependentes dos combustíveis fósseis. Acho que vai ter muito discurso em Copenhague, vão fazer muitas promessas, mas são só demagógicas. Não tem como cumprir essas metas. Se você olhar o protocolo de Kyoto, a Europa não reduziu absolutamente nada, ao contrário. Conversa é conversa, na prática, não há como fazer isso.

06 dezembro 2009

Admiravel mundo novo, sera!


Com quase duas centenas de empresários e pouco mais de cem representantes de organizações não-governamentais, a delegação brasileira na conferência do clima, em Copenhague, será uma babel de discursos diferentes sobre as mudanças climáticas e terá cerca de 725 pessoas, segundo o Ministério de Relações Exteriores.

Entre os portadores de crachá de delegado brasileiro, há quem defenda a definição de um teto para as emissões de gás carbônico no planeta e quem critique a recente definição de metas pelo governo brasileiro.

Ontem, o Itamaraty insistiu em que a maior parte da delegação bancará seus próprios custos. O ministério informou que o tamanho da delegação reflete o estímulo do governo ao engajamento de vários setores da sociedade no debate climático.

O tamanho da delegação brasileira contribuiu para a superlotação da conferência. O espaço que abrigará a reunião tem capacidade para 15.000 pessoas --e foi subdimensionado, segundo os organizadores. Parte da delegação ficará hospedada na cidade de Malmö, Suécia.

182

Segundo o Itamaraty, foram credenciados na delegação brasileira representantes de 182 entidades, empresas e órgãos do governo. Empresários detêm a maior parte dos crachás.

Estarão em Copenhague representantes das confederações da indústria e da agricultura, que já manifestaram críticas às metas de redução de CO2 pelo Brasil.

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) alega que, ao colocar números na mesa, o Brasil enfraquece as chances de negociação. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) teme a adoção de barreiras comerciais a produtos responsáveis por um nível alto de emissão.

Integram a lista de empresários representantes das grandes estatais brasileiras, das empreiteiras, de montadoras, de siderúrgicas e da área de energia, além de fabricantes de óleo e produtores de soja.

O governo federal será representado por cerca de cem pessoas, sobretudo dos ministérios de Relações Exteriores, de Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, mais envolvidos com a negociação. Mas os custos não foram divulgados, nem a lista completa dos delegados.

A delegação será chefiada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela será acompanhada por três ministros: Celso Amorim (Itamaraty), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Sergio Rezende (MCT).

02 dezembro 2009

carros mais verdes


Gostaria que examinassem e refletissem sobre os argumentos que MMA esta disposto a usar pra isentar os veículos "verdes".
Simplesmente ignoram a quantidade de gases expelidos por quilometro rodado.
Assim, só avaliam a eficiência do motor na bancada de teste.

O ranking dos carros menos e mais poluentes que, em pouco tempo, deve ser utilizado para indexar as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis foi divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente ontem. Quanto menos poluente, menor a tributação e, conseqüentemente, mais baixo o preço final do automóvel. A proposta de criação do “IPI verde” é do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.

O novo ranking foi elaborado em conjunto pelo Ministério, Associação das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Única (representa os produtores de cana-de-açúcar), Petrobrás e Ibama. São 402 veículos (há modelos com várias versões) e é baseado em dados fornecidos pelas fábricas no momento da homologação dos carros no Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). De acordo com as emissões são conferidas estrelas aos veículos. Quanto mais “limpo”, mais estrelas ele ganha - de uma a cinco.

O ranking é dividido em duas partes: na primeira, são avaliadas emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio, substâncias nocivas. Para comparação são usados os limites do Proconve. Carros que ficam a 60% do limite recebem três estrelas. Se ficarem entre 60% e 80% do limite ganham duas e, de 80% até o máximo, uma.

Na segunda parte, que vale duas estrelas, são medidas as emissões de CO2 (dióxido de carbono), gás causador do efeito estufa. Carros com motor flexível, que rodam com gasolina e/ou álcool, ganham uma estrela por usar o combustível vegetal.

A adoção desses critérios fez com que o ranking trouxesse resultados surpreendentes. No topo da lista, com cinco estrelas, está o Fiat Idea Adventure Dualogic, que é equipado com motor 1.8. A posição é melhor do que a do Uno Mille, também da Fiat, com propulsor 1.0 - levou quatro estrelas.

Segundo uma fonte ligada ao governo, o fato de indicar que motores de maior cilindrada podem ser mais limpos que os 1.0 demonstra que o ranking poderá ser usado para indexar o IPI. “É uma forma inteligente e moderna de cobrar o imposto, em vez de pela cilindrada somente”, diz.

“Esse novo ranking é mais rigoroso e justo, pois coloca todos os veículos no mesmo balaio”, afirma o coordenador do Proconve, Paulo Macedo. Para ele, o IPI menor para carros menos poluentes é uma “visão correta e incentiva investir em motores avançados”.

O consultor de emissões e tecnologia da Única, Alfred Szwarc, acredita que ainda serão necessários ajustes no ranking mas, para ele, o atual atende a vários dos pontos reivindicados e serve como base para o consumidor escolher o carro menos poluente.

A Anfavea disse apoiar a divulgação de dados de poluição e que essa iniciativa cria competitividade no setor, além de ser uma “evolução” em relação à proposta anterior. Em setembro, o Ministério divulgou um levantamento que foi duramente criticado por especialistas por ser muito impreciso.